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Série ‘Bebê Rena’ propõe reflexão sobre stalking e saúde mental

O obra ‘Bebê Rena’ chegou ao catálogo da Netflix no dia 11 de abril e desde então se tornou um sucesso entre os assinantes da plataforma

Série Bebê Rena
Foto: Divulgação / Netflix

A série 'Bebê Rena', que já é um dos maiores sucessos da Netflix, retrata, ao longo de sete episódios, a saga de um homem que é perseguido por uma mulher.


Inspirada em fatos reais - que aconteceram com o próprio ator protagonista, Richard Gadd, a história, que causa estranheza, não é nada incomum. Afinal, todos (anônimos ou famosos) estão sujeitos à ação de stalkers (ou perseguidores).


Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT, explica que os perseguidores, normalmente, possuem transtornos psiquiátricos e déficits em habilidades sociais e de regulação emocional.

É comum também que o fenômeno aconteça em pessoas com transtorno de personalidade narcisista, que gera um sentimento elevado de autoestima e um desejo obsessivo de que outras pessoas os admirem e reverenciem.


“Existe também a dependência extrema, em que a pessoa precisa da constante atenção e aceitação dos outros, e o transtorno de personalidade limítrofe, em que o indivíduo tem emoções imprevisíveis e uma alta sensibilidade à rejeição e ao abandono”, diz o especialista.

Ainda segundo Colombini, as situações envolvendo stalking são complexas do ponto de vista emocional. “Ao mesmo tempo em que importuna a pessoa com centenas de mensagens, por exemplo, o perseguidor pode repentinamente enviar um ramalhete de flores para a vítima, com um bilhete acolhedor, o que naturalmente gera sentimentos conflituosos, ambivalentes”, explica. Por isso que é difícil a vítima conseguir sair da “teia” do stalker.

Bebê Rena é uma série autobiográfica sobre a época em que o comediante Richard Gadd foi perseguido por uma stalker (Imagem: Divulgação/Netflix)
Bebê Rena é uma série autobiográfica sobre a época em que o comediante Richard Gadd foi perseguido por uma stalker (Imagem: Divulgação/Netflix)

Evitando o stalking!


Como citado anteriormente, a maioria dos perseguidores é portador de algum transtorno mental (que em sua maioria traz um enorme sentimento de vazio existencial). Portanto, os grupos de habilidades têm valor imenso na prevenção desse tipo de comportamento, conforme explica Colombini.


Iniciativas como o QG do Rolê (@qgdorole), grupo de habilidades da Equipe AT, têm justamente o objetivo de treinar, avaliar e implementar repertórios, ampliando o autoconhecimento de cada indivíduo, que, ao participar dos encontros promovidos pelo QG, tem seus potenciais trabalhados “A pessoa com habilidades sociais desenvolvidas consegue manter relacionamentos saudáveis, ser empática e resolver conflitos com maior facilidade, gerando impactos positivos em todos a seu redor”, diz o especialista.


Buscando ajuda


“O medo e ansiedade constantes provocados pela perseguição podem causar estresse emocional, depressão, transtorno de ansiedade generalizada, traumas psicológicos e até mesmo levar ao surgimento de doenças físicas nas vítimas”, diz Filipe. 

Por isso, é muito importante buscar ajuda. Segundo Colombini, três passos são fundamentais:


  • Conte com a rede de apoio: compartilhe informações sobre a situação de perseguição com sua família, amigos, colegas ou qualquer pessoa em quem você confie. Eles podem prestar um suporte valioso.

  • Procure ajuda profissional: a terapia ajuda a lidar com a turbulência emocional causada pela perseguição. Em alguns casos o acompanhamento com o psiquiatra também pode ser altamente recomendado.

  • Entre em contato com as autoridades: se você se sentir ameaçado ou em situação de perigo, entre em contato com a polícia.


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