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Foto do escritorRamilton Silva

Polarização política prejudica relações interpessoais

Atualizado: 17 de nov. de 2022

50% dos brasileiros afirmaram que a sua saúde emocional e mental pioraram entre o ano de 2020 e 2021, sendo esse índice superior a média de 30 países. Segundo estudos do portal PEBMED que tem como objetivo auxiliar o usuário médico ou profissional de saúde com informações médicas resumidas e de rápida consulta.

       

Foto: Guilheermy Bomfim

A saúde mental da população brasileira jamais foi discutida como é hoje. Com uma onda de acontecimentos que traz luz ao tema, compreende-se a necessidade e a importância de debater o assunto no contexto atual. Por meio de uma série de questões que acometem a  sociedade diariamente, a incursão presidencial não saiu do foco.


Segundo uma pesquisa feita pelo Datafolha, divulgada em 2022,cerca de 50% dos entrevistados disseram que se interessam ativamente pelas eleições. No primeiro estudo este número era de apenas 39%, obtendo um crescimento significativo de pleitos.


Diante da disputa eleitoral para o cargo presidencial, as atenções dirigem-se aos candidatos e o modo como os conflitos partidários vem sendo conduzidos no atual momento. O grande apelo dos votantes, a corrida presidencial de Luís Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro caracteriza-se como a mais atípica em anos. E isso se aplica diretamente à polarização que se estabeleceu no país. 


A relação conflituosa estabelecida em casa ou qualquer outro ambiente, sucede implicações diferentes nas pessoas, é o caso do estudante Filipe Lopes,22,que diverge abertamente com o seu tio, mas que não deixa a situação atingir outros campos. “Divergir é normal entre as pessoas, é importante respeitar a opinião. Porém se alguém não me respeitar, prefiro parar de falar. Não falaria com alguém que não respeita minhas individualidades”.


Filipe Lopes,Estudante/ Foto : Arquivo pessoal

As falas do presidente foram interpretadas por seus oposicionistas como controvérsias e polêmicas, sendo o ponto de partida para a polarização no país. No meio familiar essas atitudes tiveram consequências nocivas quando, há quatro anos, radicalizaram-se os combates entre esquerda e direita.


Segundo Caio Leal,24, o conflito em sua família aconteceu em um grupo de WhatsApp,quando alguns dos integrantes começaram a discutir sobre os votos,se iniciando a primeira desavença marcante.“Acredito que por conta de cada um ter suas ideologias, vivências e personalidades. Por alguns possuírem um patamar de vida considerado alto e outros um patamar classe média baixa, possuímos divergências entre os candidatos Lula e Bolsonaro”. 


Caio Leal/ Foto: Arquivo pessoal

Para a Psicóloga Lorena Oiticica, 33, esse acirramento de ânimos no âmbito familiar se dá pelo fato dos indivíduos estarem inseridos em um meio onde as relações são muito mais intensa do que qualquer outra: “É nela onde construímos e dividimos nossas crenças e ideologias, por isso, normalmente entende-se que os familiares precisam compartilhar pensamentos e atitudes que se assemelham em alguns cenários."


Lorena acrescenta dizendo que isso é uma análise totalmente equivocada, pois para ela todos os seres humanos possuem particularidades,opiniões e questionamentos diferentes e que podem divergir a todo momento."O que tem acontecido é que as pessoas se fecham em suas convicções e não estão dispostas a dialogar e entender as motivações dos outros, o que vai totalmente contra a ideia de democracia. 


Lorena Oiticica,Psicóloga/ Foto: Arquivo pessoal

A Psicóloga Lorena conta que essa relação de desarmonia desencadeada vai muito além do fator político e que os laços no geral estão cada vez mais restritos e fragilizados. Ela também dá dicas para serem aplicadas no círculo familiar e ter uma relação mais saudável com os parentes, pontuando a importância do diálogo respeitoso em relação às opiniões do outro.


“Evitar discussões acaloradas dentro do ambiente familiar. Se a briga já estiver instalada, avaliar o momento certo para que se possa existir uma reconciliação, quando os ânimos estão exaltados, dificilmente se consegue chegar a um ponto de vista em comum."


A especialista fala a respeito também dos termos pejorativos, deboches e  implicâncias que se ver no atual contexto político,reiterando que isso acaba fomentando ainda mais as confusões e os desconfortos entre ambos os lados da oposição.





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