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Ação visa salvaguardar grupos históricos
Mais de 30 grupos de afoxés realizarão um cortejo no Pelourinho, na próxima quarta-feira (20), às 15h. Esta manifestação da cultura afro-brasileira, que sairá do Terreiro de Jesus e percorrerá as ruas do Centro Histórico, é uma parte importante da preservação e reconhecimento da cultura afro-brasileira.
A ação integra o projeto “Afoxé Cultura Ancestral”, uma iniciativa importante para a preservação e reconhecimento cultural desse grupo. O reconhecimento do desfile de afoxés como patrimônio imaterial do Estado da Bahia, por meio do Decreto nº 12.484 de 2010, ressalta a importância histórica dessas manifestações culturais. No entanto, a ausência de um plano de salvaguarda para esses desfiles, reconhecidos há mais de uma década, destaca a urgência desse projeto para proteger e fortalecer tais expressões culturais.
O evento também contará com um seminário e uma mostra, que visam a valorização da cultura de matriz africana e a elaboração de um plano de proteção do afoxé. Essas iniciativas são cruciais para a preservação desse bem imaterial, que existe há 138 anos e continua a desempenhar um papel vital na cultura afro-brasileira.
Os afoxés, mantendo-se vivos por meio de desfiles e ensaios carnavalescos e reconhecidos por saudar os orixás, reverenciam divindades por meio de músicas, danças e instrumentos específicos. Esses elementos, juntamente com a oralidade, memória, rituais, formação de irmandades e dos terreiros de candomblé, são fundamentais para a identidade e continuidade dos afoxés.
A culminância do projeto se dará com o seminário no dia 19 de dezembro, às 14h, no Solar Ferrão. O evento contará com palestrantes, convidados e representantes dos afoxés, além de apresentações musicais e um coquetel com culinária afro-brasileira. Serão discutidas políticas públicas voltadas para a cultura, um passo importante para garantir a continuidade e o florescimento dessas tradições.
Na mesma ocasião, será aberta uma mostra que exibirá adereços e indumentárias de valor cultural para os afoxés, representando a matriz africana e sua ancestralidade. A mostra permanecerá no espaço por dois meses com acesso gratuito, proporcionando uma oportunidade para o público apreciar e aprender mais sobre essa rica tradição cultural.
O projeto é realizado pelo Grêmio Comunitário Cultural Olorum Baba Mi e conta com a iniciativa do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), que desenvolveu um plano de trabalho de salvaguarda dos desfiles de afoxés. Através desses esforços, o projeto visa o reconhecimento e a proteção desse grupo, garantindo que a cultura dos afoxés continue a enriquecer a Bahia e o Brasil como um todo.
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