Confira nossa entrevista com o Professor Leonardo Campos
Professor Leonardo Campos: criatividade e produtividade são palavras-chave de suas últimas empreitadas de ensino e aprendizagem. Antes, no entanto, de entrarmos nas peculiaridades da sua oficina, explica para os nossos leitores o que é Brainstorming?
O Brainstorming é uma ferramenta que auxilia na geração de novas ideias, conceitos e soluções para assuntos diversos. É muito útil quando uma equipe deseja estabelecer, em um curto espaço de tempo, uma quantidade considerável de ideias para a resolução de um problema específico a ser resolvido. Com a prática, torna-se possível compreender melhor as causas de um problema para buscar o direcionamento das ações que permitirão soluciona-lo. O Brainstorming pode durar 30 minutos ou mais de uma hora, depende da proposta e da equipe envolvida, pois é um processo adaptável. As equipes não devem ser grandiosas, pois pode haver perda de foco. Depende da complexidade do tema a ser trabalhado. Acontece, como destaquei, em equipe, mas também pode ser uma atividade individual. Para funcionar bem é preciso ter transparência na definição do problema, algo que ao ser negligenciado, prejudica os resultados da ação, promovendo algo que é um recurso valioso na contemporaneidade: a perda de tempo. É preciso descrever o problema ou assunto para o qual os envolvidos estão em busca de ideias. Importante assegurar que todos tenham compreendido, para que caminhos equivocados não desviem a produtividade da ação.
Sendo uma ferramenta, o Brainstorming possui as suas regras e princípios. Aos interessados em colocar em prática, o que não deve ser esquecido no processo?
Cada aplicação vai variar conforme as necessidades do assunto/problema. E também dos perfis daqueles que estão envolvidos. Há, por sua vez, regras que podemos definir como “universais”. Primeiro, a suspensão do julgamento. É terminantemente proibido criticar as ideias apresentadas, pois tal postura pode causar inibição e desvio dos objetivos. A quantidade é algo muito importante. Quanto mais ideias, melhor. Partimos do macro para depois chegarmos ao micro. A liberdade total também é um caminho a ser pavimentado no Brainstorming. Nenhuma ideia deve ser considerada ruim para ser desprezada. Ela pode até não servir no final do processo, mas pode ser uma ponte para ramificação de outras ideias inovadoras. A mudança e a combinação também são elementos importantes. Em qualquer momento da sessão de Brainstorming, o gerenciador do processo pode permitir que alguém apresente uma ideia que seja uma combinação ou modificação de ideias já apresentadas por outro participantes, no entanto, esta ideia que foi ponto de partida deve ser mantida por lá para geração do relatório final. Ademais, é importante dar oportunidades de participação igualitárias para que todos tenham a chance de apresentar suas ideias. Para manter tudo organizado, aconselho que o responsável pela ação designe alguém para gerenciar o tempo. E defina se as ideias serão apresentadas de forma estruturada ou não estruturada, devidamente anotadas num quadro para que todos possam visualizar e interagir. É um direcionamento para evitarmos os famigerados mal entendidos, duplicidades, além de estimular o fluxo de criatividade dos participantes.
Explica mais detalhadamente para o nosso público como funcionam as ideias estruturadas e as ideias não estruturadas?
Nas ideias estruturadas, o responsável pela sessão define um processo rotativo onde cada um possa sugerir uma ideia por turno. Caso a pessoa não tenha uma ideia no momento, passa a sua vez. No modelo não estruturado, os envolvidos apresentam as suas ideias a passo que vão surgindo. O gerenciador do processo, comumente chamado de facilitador, monitora bem próximo o esquema para assegurar que as regras sejam seguidas e que todos tenham oportunidade de participar. Já que estou detalhando as estruturas, importante destacar as suas variações. Temos o Brainwriting e o Brainstorming Individual. No primeiro caso, as ideias são anotadas em post-its ou pedaços de papel e passadas para o facilitador, Ele nota num quadro, flipchart, mas não identifica os seus autores. No segundo caso, pessoas que pensam melhor sozinhas podem aplicar o Brainstorming para geração de ideias em seus projetos pessoais e individuais. O uso de um mapa mental pode ser bem eficiente para este processo. Todas essas variações, importante ressaltar, funcionam também em ações de Brainstorming virtual. Para isso, é preciso fazer as adaptações de suporte, procurar aplicativos e sites que adequados para o compartilhamento das ideias dos envolvidos. A questão é usar a inteligência e adaptar.
Mas, professor Leonardo, depois da sessão com a equipe, as ideias geradas são apenas discutidas ou há outras ações envolvidas?
Ao passo que a sessão é finalizada, delineie o que cada ideia pretendeu destacar. Debata. É importante assegurar que todos tenham o mesmo entendimento no processo. Ao apresentar cada ideia, pergunte se alguém entre os envolvidos tem perguntas para fazer. Caso seja necessário, o autor pode explicar melhor uma ideia que alguém não tenha compreendido. Logo mais, elimine duplicatas. Se por acaso duas ou mais ideias passarem a mesma mensagem, o ideal é combiná-las ou eliminar as duplicidades. Caso não concordem, mantenha então as ideias intactas e separadas. É preciso empatia para o exercício do Brainstorming. E com a empatia vem a paciência e o diálogo com a Inteligência Emocional. Depois, reúna as ideias e classifique por temas e categorias. Dentro de cada compartimento, selecione as ideias que considerar como as melhores. Forneça um retorno aos envolvidos sobre o resultado final do Brainstorming e deixe transparente que a contribuição de todos foi fundamental para o processo. Gere um relatório e o que surgir disso, aplique na resolução do problema trabalhado na ação.
Antes de finalizarmos, uma questão que pode ser norteadora: ilustra algum caso de Brainstorming que você tenha utilizado em alguma aula para compreendermos melhor a ferramenta por meio de um exemplo da sua prática?
Em várias ocasiões, mas recentemente utilizei com sucesso na aula “O Pagode na Bahia: Baixaria ou Movimento Artístico?”. Nesta aula, começamos lendo um artigo que escrevi sobre o assunto. O texto dialoga com a história do movimento: do samba, ao axé music, passando pelas associações com o funk carioca e o pop internacional, compreendendo ainda o ritmo em seu processo histórico, isto é, as ressonâncias da mixagem entre matrizes indígenas, africanas e europeias que formam a tessitura cultural brasileira. Assim, abre-se o tema para debate entre os estudantes, envolvidos no tema com a leitura prévia. Apresento o projeto de lei de 2012, a leia antibaixaria, da então deputada Luísa Maia, do PT, juntamente com a então vereadora na época, Leokret, opiniões antagônicas que aquecem o debate. Assim, em variações a cada semestre, pois trabalho com esse tema tanto no Ensino Médio (Atualidade e Linguagens) e Ensino Superior (Oficina de Escrita e Oficina de Jornal Laboratório, dentre tantos outros espaços), pego uma vertente do assunto e desenvolvo uma sessão de brainstorming. Uma delas foi a proposta de um livro que radiografasse o assunto. Os estudantes traziam ideias em post-it para etapas como abordagem, entrevistados, análise de letras, diagramação e lançamento do livro. Na construção da hipotética publicação, ideias fluíam, e assim, avançávamos numa dinâmica tempestade de ideias. Em linhas gerais, Brainstorming funciona muito bem em sala de aula, em projetos pessoais e profissionais, é algo que eu indico para tornar o cotidiano mais criativo e inovador.
Na minha opinião, o pagode é uma manifestação cultural assim como os outros ritmos musicais. Está intensamente presente no cotidiano do brasileiro. Infelizmente, as letras de alguns desses pagodes, bem como seus clipes, se direcionam a questões pouco agradáveis. Felizmente, não podemos generalizar, pois existem pagodes que não se encaixem nessas vertentes.
Crislane Pereira Aragão
O pagode é muito mais do que apenas um gênero musical. É uma expressão vívida da cultura brasileira, uma batida envolvente que transmite alegria, emoção e um forte senso de comunidade. Sua cadência cativante e letras muitas vezes poéticas são uma celebração da vida cotidiana, dos amores, das lutas e das alegrias do povo. Além de suas melodias contagiantes, o pagode tem um poder único de unir as pessoas. Em suas rodas, cria-se um ambiente de camaradagem e conexão, onde os instrumentos e vozes se unem para criar uma atmosfera contagiante de celebração. É uma expressão autêntica da identidade cultural brasileira, incorporando influências diversas e refletindo a riqueza da diversidade do país.
Verônica Moreira Rocha
Administração/UNEX-VCA
Na minha opinião o pagode é uma arte, porém alguns cantores utilizam palavras obscenas em alguns pagodes, o tornando uma música de "baixaria" que não pode ser ouvida por qualquer pessoa. Porém os pagodes tradicionais transmitem alegria na hora de falar das dificuldades. Podendo ser também no amor não correspondido, ue com isso tem aqueles pagodes que são apenas um convite para a alegria.
Letícia Pereira Santos
Período: Noturno - Unex Vca
Na minha opinião o pagode tem de tudo um pouco. Algumas músicas são meio "baixaria", mas tem muita diversidade no gênero. Não dá pra censurar tudo, mas é importante que os artistas também pensem no respeito. A liberdade é legal, mas com responsabilidade!
Dan Lucas Silva dos Santos - Feira de Santana
O pagode (baiano) é uma arte cultural do Brasil, é um ritmo encantador, com um gingado diferente, que faz qualquer um se apaixonar e dançar, que vem crescendo cada vez mais, mas infelizmente tem um lado do pagode que fazem músicas machistas, q deveriam ser revistas, onde trata a mulher como um objeto, com isso as pessoas acabam tendo uma impressão ruim do pagode no contexto geral.
Igor Andrey Santos Vieira