Policiais e bombeiro são acusados de envolvimento com facção criminosa, comércio ilegal de armas e munições
Na manhã desta terça-feira (21), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Fogo Amigo, que resultou na prisão preventiva de 18 suspeitos, incluindo dez policiais militares, dois capitães e um bombeiro. As ações ocorreram nos estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas, com prisões em Salvador, Santo Antônio de Jesus, Porto Seguro, Juazeiro, Petrolina e Arapiraca. Um dos suspeitos foi preso por porte ilegal de arma.
Segundo informações da PF, os militares mantinham laços com uma facção criminosa que atua em todo o estado da Bahia, especialmente na capital. Eles são acusados de repassar munições e armas apreendidas durante abordagens policiais, que não eram apresentadas às autoridades competentes. No mercado paralelo, essas armas eram vendidas acima do valor de mercado, com a PF estimando que cerca de 20 armas e 10 mil munições eram comercializadas mensalmente.
Entre os alvos da operação está o capitão Mauro das Neves Grunfeld, ex-subcomandante da 41ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), afastado das atividades operacionais por suspeita de envolvimento com a criminalidade. Atualmente, Grunfeld trabalhava administrativamente no Instituto de Ensino e Pesquisa da PM-BA. Outro alvo foi um ex-policial militar demitido da corporação em janeiro deste ano por suspeita de crimes.
As investigações da PF começaram há cerca de um ano, mas os crimes investigados datam de pelo menos seis anos. Em Salvador, os mandados foram cumpridos em bairros como Graça, Pirajá e Lobato. O delegado Rodrigo Motta, da Polícia Federal na Bahia, explicou que a operação é um desdobramento de uma ação anterior em Juazeiro, que revelou uma organização criminosa maior por trás do tráfico de armas local.
Durante a operação, a Justiça bloqueou R$ 10 milhões dos investigados e suspendeu a atividade econômica de três lojas que comercializavam material bélico de forma irregular. O Exército Brasileiro também realizou fiscalizações em lojas que vendem armas, munições e acessórios controlados em Juazeiro e Petrolina.
Os suspeitos responderão pelos crimes de organização criminosa, comercialização ilegal de armas e munições, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, cujas penas somadas podem chegar a 35 anos de reclusão. A operação foi realizada em conjunto com o GAECO Norte do MP/BA e contou com o apoio da CIPE-CAATINGA, BEPI (PM/PE), CORE-Polícia Civil da Bahia, GAECO/PE, FORCE/COGER, CORREG (Polícia Militar da Bahia e de Pernambuco) e o Exército Brasileiro.
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