Mercado editorial sofre alterações em período de pandemia

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Com o avanço da pandemia do novo coronavírus no Brasil, o mercado editorial também sofreu alterações em seu setor comercial. Algumas livrarias em Salvador- Ba fecharam as portas definitivamente por falta de recursos, outras adaptaram novos modelos de vendas, como vendas de livros e papelarias online.

Segundo uma pesquisa feita pela empresa Yandeh, livrarias de todo o país apresentaram uma queda média de 58% na venda de livros em lojas físicas desde março de 2020, em comparação a primeira quinzena de fevereiro de 2020, sem distinção de livrarias de pequeno e grande porte. Diante disso, donos de livrarias, empreendedores e revendedores de livros, criaram novos métodos para ampliar as vendas, usando aplicativos como Whatsapp, instagram, Olx, Facebook , etc.

Gustavo Monteiro diretor da Livraria Monteiro, acredita que a leitura de livros online não prejudicou tanto as vendas de livros físicos. Por outro lado, ele cita que a pandemia acarretou bastante no faturamento: “ As vendas diminuíram, e o período que mais lucramos foi em 2019 antes da pandemia”. O diretor também fala os motivos que ajudou a baixa no setor editorial.

“Muitas escolas têm adotado livros e sistemas de ensino (livros + conteúdo digital), os quais só são vendidos diretamente da editora para a escola. Nosso mercado diminuiu há cada ano, devido a estes acordos de exclusividade e a pandemia intensificou ainda mais”, finalizou.

Para grandes livrarias com versatilidades de produtos, tem sido menos caótico no quesito faturação comparado as livrarias de pequeno porte. Thais Neves sócia da livraria Dom Casmurro, que desde 2020 não atua mais como loja física, e sim apenas como loja online, fala sobre o faturamento da empresa,“O percentual de vendas referente a livros gira em torno de 80%, tanto em 2020 como 2021, pois a nossa loja é composta em grande maioria de livros. A outra parte é de papelaria”. Ela conta os desafios que tiveram que enfrentar durante o período de pandemia.

“Os maiores desafios, nesse momento de pandemia, foram buscar novos canais de vendas e melhorar a comunicação com o público através das redes sociais. Hoje temos contas em diversos Marketplaces, como Amazon, Magalu, Mercado Livre, entre outros. E, em relação às redes sociais, intensificamos a produção de conteúdo”, concluiu.

Reprodução: Nathalie Oliveira

Essa crise vem sendo um grande desafio para os livreiros e para os leitores. Os grandes amantes de livros que não podem mais comprar por questões financeiras, encontraram outro meio para ler, que são os livros online e gratuitos que são disponibilizados em algumas plataformas digitais. Em contra partida, Nathalie Oliveira de 21 anos e estudante de Biomedicina, prefere ler livros físicos, ela conta que de 2020 á 2021 ela comprou 55 livros. A estudante pontua que não sabe se durante essa época se tornou mais fácil das pessoas lerem livros, mas acredita que se tornou algo importante e necessário. Nathalie também comenta como tem sido para ela durante essa fase.

“Em meu caso, a pandemia fez com que existisse uma necessidade maior de ter um momento para mim, então a leitura serviu como uma válvula de escape. Todo esse processo serviu para que a leitura se tornasse um momento meu e o saldo positivo foi que aumentei bastante a quantidade de livros que leio e admito que amo”.