No Brasil, são registrados cerca de 100 casos de DII para cada 100 mil habitantes
As doenças inflamatórias intestinais (DII) têm se tornado cada vez mais frequentes. Atualmente, mais de cinco milhões de pessoas no mundo vivem com alguma forma de DII, de acordo com a Sociedade Brasileira de Colproctologia (SBCP). No Brasil, a prevalência chega a 100 casos para cada 100 mil habitantes e, embora afete pessoas de todas as idades, atinge principalmente jovens e adultos entre 15 e 40 anos.
Nesse contexto, o Maio Roxo tem como objetivo chamar a atenção da população para as doenças inflamatórias intestinais, especialmente as de caráter autoimune, quando o sistema de defesa do organismo ataca indevidamente o revestimento do trato gastrointestinal, causando uma resposta inflamatória anormal a algum gatilho, a exemplo da doença de Crhon e da retocolite ulcerativa.
"É preciso informar a sociedade, promover a conscientização sobre o problema e dar o apoio devido às pessoas que vivem com esses distúrbios", comenta a coordenadora técnica do Sabin Diagnóstico e Saúde, Luciana Figueira.
A bioquímica destaca que os exames laboratoriais têm papel fundamental na prevenção às DIIs, e que o diagnóstico precoce se mostra como a medida mais eficaz para iniciar o tratamento e evitar sequelas. Tudo começa com a avaliação clínica, que inclui o histórico familiar, além de exames de análises clínicas e outros que podem ser solicitados pelo médico. “Entre eles estão exames de fezes, pesquisa de sangue oculto, dosagem da calprotectina fecal”, informa.
A especialista ressalta ainda que a calprotectina é uma proteína cujos níveis aumentam em resposta à inflamação na mucosa intestinal. A medição nas fezes (calprotectina fecal) é uma ferramenta valiosa para detectar e quantificar com precisão a inflamação intestinal, sendo um biomarcador eficaz para diagnóstico e monitoramento durante o tratamento da doença.
Tipos mais comuns
Embora não sejam as únicas, a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa são inflamações intestinais mais comuns. A primeira pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, resultando em inflamação crônica que pode levar a complicações graves, como obstrução intestinal e fístulas. A segunda é caracterizada por inflamação e úlceras no revestimento do cólon e do reto, causando sintomas como diarreia com sangue, dor abdominal e urgência fecal.
O diagnóstico preciso varia a depender do tipo de inflamação. No caso das duas mais comuns, a confirmação pode ser feita por meio de endoscopia digestiva alta (doença de Crohn) ou colonoscopia (colite ulcerativa). Ambos os exames permitem uma avaliação visual das lesões intestinais.
Sintomas e tratamento
Os principais sintomas das DII são desconforto abdominal, sensação de barriga estufada, dor, cólicas, alternância entre diarreia e prisão de ventre, flatulência exagerada e sensação de esvaziamento do intestino. Os sinais podem piorar depois da ingestão de cafeína, álcool e comidas gordurosas.
As causas do problema não são específicas, podendo estar relacionadas a fatores genéticos, como nos casos de doença de Crohn e retocolite ulcerativa, imunológicos, ambientais, alimentares e de alteração da flora intestinal. Mas alguns hábitos, como tabagismo e consumo de ultraprocessados, podem agravar.
Apesar de crônicas e de ainda não terem cura, o tratamento eficaz pode oferecer uma melhora na qualidade de vida ao paciente, em especial, quando o diagnóstico é feito precocemente. Anti-inflamatórios e imunossupressores estão entre as opções terapêuticas disponíveis, destacando a importância de um acompanhamento médico regular para gerenciar adequadamente essas enfermidades crônicas.
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