Entenda como identificar oportunidades de negócios dentro da própria comunidade
No cenário atual, onde o empreendedorismo desponta como uma alternativa significativa de renda, especialmente para aqueles que buscam flexibilidade e autonomia, comunidades tradicionais surgem como potenciais centros de inovação e desenvolvimento econômico. O desafio é identificar oportunidades alinhadas com as demandas do mercado e promover a geração de emprego e renda, ao mesmo tempo em que se incorporam princípios de responsabilidade social e ambiental.
Dentro das comunidades encontra-se mão de obra qualificada ou que pode se tornar como, por exemplo, pedreiros, pintores, eletricistas, encanadores, vigilantes, operários de fábrica, trabalhadores do comércio, entre outras atividades. Por outro ângulo, há jovens ociosos, ambulantes, carregadores, faxineiros, catadores de materiais recicláveis e lavadores de carro. Diante desse cenário, entendemos que precisamos consumir produtos e serviços, o que torna a comunidade uma potência para o empreendedorismo e empreendimentos coletivos.
O que muito se pergunta é: como as comunidades tradicionais podem identificar oportunidades de negócios sustentáveis que estejam alinhadas com as demandas do mercado atual e promovam a geração de emprego e renda? De acordo com a Contadora, Especialista em Gestão Empresarial, Consultoria para ONGs e Planejamento Tributário da Brasis Contabilidade, Cristiane Almeida, uma organização com ou sem fins lucrativos tem possibilidade de gerar emprego e renda.
“Uma das maneiras é identificar as oportunidades, planejar o operacional, financeiro, pessoas envolvidas e instalações através do Plano de Negócio. Com o planejamento e os recursos disponíveis é hora de oferecer os produtos e serviços para a comunidade e fora dela mediante um CNPJ (MEI, Empresa, Associação, Cooperativa). A empresa pode ser uma organização com fins lucrativos ou uma Associação sem fins lucrativos, sendo que ambas têm possibilidades de promover a geração de emprego e renda por meio de modalidade empresarial ou uma associação de pessoas que ofereça serviços, por exemplo”, explica a contadora.
Cristiane destaca a importância do planejamento tributário nesse processo, principalmente para os empreendedores dessas comunidades, considerando a opção de iniciar como Microempreendedor Individual (MEI). “Para quem for iniciar como MEI, que é o mais recomendado se for permitida a atividades nessa modalidade, não é necessário realizar planejamento tributário. A partir do momento que valida o negócio e tem a necessidade de evoluir para uma Empresa, recomenda o planejamento tributário, ferramenta que possibilita avaliar caminhos legais para uma economia no pagamento dos tributos”.
No que diz respeito às associações sem fins lucrativos, a contadora cita a importância de buscar recursos financeiros para apoiar projetos sociais. Editais são uma fonte significativa, mas ela alerta para a necessidade de documentação completa, muitas vezes ausente em organizações locais. A especialista sugere a captação de recursos por meio de doações de empresas e pessoas físicas, bem como a prestação de serviços à comunidade, o que pode gerar receitas para manter a associação e contribuir para a economia local.
Conforme aponta a especialista em consultoria para ONGs, também é importante discutir o papel dos profissionais contábeis nesse processo. Entender como eles podem auxiliar empreendedores e associações em comunidades tradicionais na escolha da melhor forma de empreender, considerando não apenas aspectos financeiros, mas também sociais e ambientais, e contribuindo para a economia local.
Segundo Cristiane, sendo o profissional contábil, responsável por um dos ramos das ciências que visam às aplicações do conhecimento para a solução de problemas práticos, é considerado essencial para construção do fortalecimento da economia e empreendedores atuando da forma empresarial mais adequado a sua estratégia seja no empreendedorismo com fins lucrativos, seja no associativismo, pagando os tributos de forma mais econômica ou com benefício de imunidade tributária.
“Na opção empresarial pode iniciar como MEI (faturamento de até R$ 81 mil anual, apenas um empreendedor), depois que validar o negócio transforma-o em Microempresa (faturamento de até R$ 360 mil anual) ou Pequena Empresa (faturamento entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões) em ambas formas de atuação pode ter uma pessoa ou mais pessoas como sócios. Na modalidade de associação sem fins lucrativos é formada por várias pessoas que têm o mesmo objetivo, os diretores podem ser remunerados pela execução dos serviços, ter recursos com empresas públicas ou privadas através de projetos sociais. Exemplo de associações que oferecem curso formal para crianças e jovens, pré-vestibular, curso de música e dança, técnico profissional, entre outras atividades”, conclui Cristiane Almeida.
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