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ENADE em Foco: Professor Leonardo Campos fala sobre Educação, Desenvolvimento Humano e Social

Em um bate-papo com o editor Ronaldo Anunciação, o professor e crítico de cinema Leonardo Campos nos apresenta as suas contribuições sobre Educação, Desenvolvimento Humano e Social.


Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal

Professor Leonardo: debates sobre o tema são constantes, mas é preciso adotar um tom mais pessoal nesta abertura reflexiva, afinal, você é docente e pesquisador, por isso, perguntar isto pode parecer óbvio. Diante de tantos dilemas e crises, ainda é possível acreditarmos na educação?

Mesmo com todas as dificuldades que contemplamos em nosso cotidiano, desacreditar na educação seria tornar as coisas ainda piores do que estão. As políticas públicas estão ai e tentam, de certa maneira, resolver problemas seculares, mas o esquema não é suficiente, pois os problemas são maiores que as ações estabelecidas para darmos conta. Vejo o cenário da pandemia da covid-19 como uma ilustração de como estamos distantes de uma educação ideal, naquilo que concerne o desenvolvimento humano e social. Levados urgentemente para a modalidade remota, muitas pessoas não tinham a oportunidade de estudar adequadamente, sem recursos tecnológicos para conseguir acompanhar as aulas que pediam podcast, vídeos e materiais para equilibrar a dinâmica distanciada da sala de aula presencial. Foi algo mais tranquilo para aqueles que possuíam acesso aos aparatos de tecnologia, enquanto os desprovidos desta acessibilidade tiveram o seu desenvolvimento bastante comprometido. Não podemos desacreditar na educação, pois quando é de qualidade, modifica vida dos indivíduos que tem o seu acesso, além de favorecer a família, os amigos, em linhas gerais, todos aqueles que gravitam em torno de sua existência. Precisamos lembrar que as informações e os conhecimentos adquiridos ao longo da vida de uma pessoa podem mudar realidades e estatísticas, em algo que favorece contextos econômicos e sociais.

Conceitualmente, o que você trouxe para os estudantes sobre Desenvolvimento Humano e Social?

Pensar o desenvolvimento humano e social é lidar com as dificuldades de um mundo cheio de privações, destituições e opressões, numa busca por resolvê-las. A pobreza persistente, territórios inseridos no mapa da fome, violação de direitos básicos constantes, negligência do papel das mulheres na sociedade, meio ambiente degradado e sem políticas sustentáveis além da teoria, conflitos bélicos entre nações e seus desdobramentos, dentre tantas outras celeumas, encapsulam os tópicos temáticos que ameaçam o desenvolvimento humano e social, possível de ser revertido se tivéssemos projetos educacionais assertivos e eficientes para melhoria da condição dos indivíduos que, mais críticos e posicionados socialmente, poderia reverter as situações em algo mais digno para as suas existências. Quando se pensa em desenvolvimento, fala-se muito sobre bem-estar econômico, mas há muitas outras coisas que precisam estar presentes. O paradigma do desenvolvimento humano e social vai muito além da expansão de processos produtivos, mas requer políticas de melhoria da qualidade de vida de todos. Alguns especialistas determinam que desenvolvimento pode ser considerado o processo de alargamento das liberdades reais que uma pessoa possui, dissociando-se da ideia de prosperidade econômica da sociedade como principal item do desenvolvimento humano. Quando observamos regiões de amplo crescimento industrial, por exemplo, temos gráficos de geração de novos empregos, comemorações de progresso, mas o fator humano ainda está lá, a enfrentar enormes filas de transporte sem qualidade, hospitais lotados, pessoas adoecidas com o estresse diante das demandas tecnológicas, favelização, numa dinâmica que engloba amplo desenvolvimento por um lado, mas falta de qualidade de vida do outro.

Inclusive, você mesclou dados estatísticos e informações de relatórios oficiais da ONU.

Sim, por volta de 1990, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNDU), em seu primeiro Relatório sobre o Desenvolvimento Humano, destacou que o bem-estar humano fosse considerado como a finalidade do desenvolvimento, num processo onde os índices não devem levar em conta apenas a renda por habitante, mas envolver também dados que referenciem saúde, nutrição, acesso à agua potável, educação e meio ambiente, pois diferente da perspectiva do crescimento econômico que vê o bem-estar de uma sociedade exclusivamente pelos recursos ou rendas que ela pode gerar, a abordagem no painel de prerrogativas do desenvolvimento humano foca nas pessoas, em suas oportunidades e capacidades, sendo a renda um meio para se desenvolver, mas não um fim, num conceito que parte do pressuposto de que para termos avanço no âmbito da qualidade de vida, torna-se fundamental considerar outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana. Tudo isso está lá, neste relatório que é constantemente utilizado em discussões sobre o assunto, em fóruns, pesquisas acadêmicas e outras situações onde o tópico temático é o desenvolvimento humano e social. Quando associamos com a linha Educação, Desenvolvimento Humano e Social, destacamos que é por meio deste processo que a humanidade pode ser influenciada no domínio de seu próprio avanço, pois a educação permite que o indivíduo tome posse de seu próprio destino e contribua efetivamente para o progresso do tecido social que habita. Como apontado pelos especialistas na área, pela educação, o indivíduo tem na educação um trunfo para construção dos ideais de paz, de liberdade e de justiça social, dentre outros.

Você até utilizou A Guerra do Fogo, clássico do cineasta francês Jean-Jacques Annaud, para refletir sobre linguagem e evolução humana.

Apesar de não ser um filme de fácil assimilação para aqueles que buscam uma jornada de entretenimento, utilizo A Guerra do Fogo em minhas aulas de Elaboração de Projetos, tendo como foco a busca pelo conhecimento na Metodologia da Pesquisa Científica. Para a exposição sobre Educação, Desenvolvimento Humano e Social, relaciono a produção com a compreensão sobre o uso de instrumentos e desenvolvimento da linguagem entre os seres humanos ao longo da História, tendo em vista o fornecimento de subsídios para a evolução dos sujeitos. Na trama, duas tribos saem em busca da descoberta do fogo, tecnologia que mudou para sempre o rumo de suas vidas. Relacionamentos humanos, novas sensações, troca de sentimentos e outros assuntos se tornaram fundamentais para o estágio evolutivo da humanidade. As leis biológicas, responsáveis pelas alterações físicas, isto é, anatômicas, permitiram que os humanos se adaptassem às necessidades de produção, em paralelo ao que chamamos de leis sócio-históricas, responsáveis pela condução do desenvolvimento desta produção. Juntos, eles trabalharam em prol de uma atividade consciente, orientados por uma finalidade estabelecida previamente, tendo em vista modificar contextos. A Guerra do Fogo é um ótimo filme para discussão sobre o trabalho coletivo, a fabricação de instrumentos, numa ilustração sobre cooperação entre indivíduos em prol de um mesmo objetivo cada um com as suas funções e todos, juntos, em busca de “algo”, como deve ser a nossa reflexão sobre o ato educacional, responsável por mover o desenvolvimento da humanidade.

Comenta para nossos leitores os motivos que te levaram ao panorama sobre a importância da educação superior neste debate sobre Educação, Desenvolvimento Humano e Social?

Basicamente, quando pensamos a Educação Superior neste processo, lidamos com a ideia de aprendizagem contínua que não estaciona depois que a pessoa termina o Ensino Médio ou algum curso técnico e exerce apenas a sua profissão, sem buscar atualizações e desenvolvimento. Novos interesses, habilidades e ampliação de competências podem permitir avanço na qualidade de vida dos sujeitos. Como a educação consiste em dotar a humanidade da capacidade de domínio do seu próprio desenvolvimento, temos os indivíduos se responsabilizando continuamente por seus próprios processos, contribuindo não apenas com o seu entorno, mas com o progresso de onde habita, de maneira geral. A Educação Superior, nesta linha de reflexão, demonstra o quão este processo pode oportunizar novas realidades sociais. Aqui, temos a busca da concretização de objetivos que permitam a produção de uma série de transformações capazes de proporcionar às pessoas uma vida de dignidade mais garantida, pois sendo a Educação Superior um elevado patamar do sistema educacional, temos neste momento um crucial papel transformador do ser humano, etapa de eliminação das constantes restrições que reduzem, por meio de obstáculos diversos, as suas oportunidades sociais, políticas e econômicas, assegurando aos envolvidos progresso, integração, qualidade de vida e, consequentemente, bem-estar social.

De volta ao que você chama de objetos para aprendizagem concreta, anotei as quatro dicas cinematográficas para reflexão sobre os quatro pilares de um novo modelo educacional, delineado pela UNESCO. O que os leitores encontrarão nesta abordagem associativa?

Os pilares em questão versam sobre os principais papeis da educação, pois são tópicos que demonstram o quão a humanidade pode evoluir, com este recurso, em relação ao desenvolvimento dos indivíduos, para que eles contribuam com de forma responsável com o progresso de seu entorno. Elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, por intermédio da Comissão Internacional sobre a Educação do Século XXI, temos os tais quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver junto e aprender a ser. Sobre o aprender a conhecer, temos preconizado que o prazer que deve ser a jornada do conhecimento, da descoberta, numa dinâmica que pretende desenvolver no ser humano a sede pelo conhecimento. Em oficinas com carga horária mais extensa, costumo debater este pilar com Escola da Vida, uma trama sobre um professor que chega numa instituição e mesmo enfrentando as dificuldades diante dos métodos educativos tradicionais, encanta os envolvidos com propostas inovadoras, conquistado os estudantes e, posteriormente, os colegas mais ortodoxos e resistentes. Sobre aprender a fazer, temos delineado a formação técnica e profissional do educando, num pilar que tem como proposta aplicar na prática os conhecimentos teóricos aprendidos e aplicação da criatividade na construção do trabalho. Aqui, acredito que O Céu de Outubro seja uma interessante possibilidade de associação, uma trama sobre um garoto que tem interesse nos estudos científicos, mas o determinismo de sua família nos faz crer que ele seguirá os mesmos passos limitados de seu pai, um mineiro que deseja o mesmo destino profissional para os seus filhos. No que tange ao estabelecido no aprender a viver junto, considerado um dos pilares mais importantes, pois reflete sobre como a hostilidade em relação ao outro pode ser algo negativo, bem como a necessidade de estabelecimento de uma comunicação não-violenta, numa proposta que prega o relacionamento adequado com a diversidade. Crash: No Limite e Preciosa são duas indicações constantes, pois mesmo quando não posso exibir para um debate mediado, deixo como leitura fílmica das minhas dicas de repertório cultural.

Em sua exposição, o “aprender a ser” ganhou mais destaque. Por quais motivos?

Diante do mundo desumanizado face aos ditames da evolução tecnológica, o “aprender a ser” nos ajuda a compreender o processo de aprendizagem como algo que precisa ser guiado ao longo de toda a vida. “Aprender a ser” se refere, em linhas gerais, ao conceito de educação para a vida no sentido mais amplo, focado no desenvolvimento humano e social pelo viés do estético, do artístico e científico, cultural e desportivo, dentre outros. Quando aprendemos a ser, conseguimos lidar com a evolução das sociedades, nos tornando preparados para lidar constantemente com as referências que nos chegam, tendo assegurado a liberdade de pensamento, discernimento para compreender cenários diversos e com obstáculos, além de deter estrutura criativa para desenvolver aptidões necessárias que permaneçam em nossa jornada, algo que nos torna o próprio dono de nossos destinos. Ademais, é tácito que todos nós precisamos de uma concepção de desenvolvimento humano que tenha por objetivo, a realização plena dos indivíduos, desde o momento de seu nascimento até a sua morte, afinal, se desenvolver no âmbito do humano e do social por meio da educação é um processo dialético em torno da autodescoberta de si, da compreensão dos valores que permitirão a sua relação com o “outro”, tornando-se um cidadão mais consciente dos seus direitos e deveres, figura crítica e participante das demandas de seu tecido social. O aprender a ser foi proposto num documento da Comissão Internacional para o Desenvolvimento da Educação, preparado pela UNESCO na década de 1970, tendo como finalidade refletir a educação como finalidade para o desenvolvimento total do indivíduo, em suas perspectivas de corpo, espírito, sensibilidade, num processo que pensa o desenvolvimento de valores e atitudes, não para a sociedade em si, mas para a concreta evolução do individual.

Educação em prol do desenvolvimento do humano e da sociedade também requer profissionais preparados para os processos de mediação em sala de aula. Em seu ponto de vista, o que ainda pode ser melhorado?

Educar consiste em despertar aptidões naturais do indivíduo e aprimorar as faculdades intelectuais, instruir e ensinar. A educação precisa desenvolver as capacidades intelectuais, psíquicas e morais da humanidade e ampliar os seus horizontes em prol do conhecimento, expandindo potencialidades. Para isso, precisamos de mediadores mais preparados, muito além da burocracia de preenchimento de planos de ensino e projetos que na prática, não são devidamente aplicados por causas diversas, dentre elas, pela heterogeneidade de seus estudantes nas abundantes salas de aula “multiculturais” que encontramos na atualidade. Sair do mero slide ou da cópia no quadro, adentrar por metodologias ativas de ensino e aprendizagem, pensar a educação dentro de contextos específicos e rever as estratégias de avaliação, tendo em vista consolidar conhecimentos, é um dos desafios. Saliento que estamos num contexto que o progresso tecnológico avança mais rápido que a nossa capacidade de lidar com as mudanças em questão, e assim, a busca por soluções surgem, mas o tempo hábil para conseguirmos assimilar tudo é o grande problema, com profissionais cada vez mais adoecidos fisicamente e prejudicados psiquicamente por estes processos. Se nós professores, já enfrentamos tudo isso, e supostamente, somos mais preparados ou maduros para lidar com o panorama desolador, imagina os nossos estudantes, ainda em fase de construção de suas identidades?

Além das narrativas ficcionais e documentais, você ilustrou a sua fala com charges. Por ser tão eficiente, decidi trazer para a entrevista, no interesse de associar com passagens de sua abordagem sobre os tópicos temáticos. Pode comentá-las para os nossos estudantes leitores?

Muitos professores gostam e se sentem mais confortáveis com exposições bancárias, aquele modelo criticado por Paulo Freire, sabe? Chegar em sala de aula, expor conteúdo por algumas horas e os estudantes simplesmente copiam, observam, memorizam, fazem uma avaliação e seguem, mas nem sempre aplicam o que aprenderam em dinâmicas mais eficientes. Levo sempre charges, tirinhas, infográficos, mapas mentais, filmes ficcionais e documentais, dentre tantos outros recursos, pois torna a exposição mais atrativa e, neste processo envolvente, até mesmo em palestras, os participantes conseguem pensar mais e participam mais assertivamente do processo. Nestas duas charges, coloco em debate situações próprias da educação no contexto brasileiro, sendo a primeira uma discussão sobre a importância da leitura para ampliação de horizontes e, a segunda uma discussão sobre o problema de falta de estrutura física em muitas escolas para que a educação seja eficiente e inclusiva. O professor não pode ser um romântico apaixonado por ensinar exclusivamente, tendo que usar recursos próprios e fazer malabarismos para conseguir um ato educacional transformador. É preciso relação entre Estado, sociedade civil e outras iniciativas, para que todos juntos, possamos modificar processos. E é algo que as charges trazem, cada uma dentro de uma linha de raciocínio, mas ambas focadas em refletir sobre o quão a educação, na perspectiva do desenvolvimento humano e social, é um processo desafiador.

Para o nosso encerramento, comenta para os leitores a questão de complementação simples que você trouxe para resolução no encontro? Percebi que é uma alternativa para amarrar as ideias expostas panoramicamente, tendo em vista consolidar conhecimentos.

As questões de complementação simples aparecem no ENADE, mas também em concursos e vestibulares. É um modelo de questão objetiva onde as alternativas completam a frase que está proposta para preenchimento do candidato. Eu gosto bastante de trabalhar com este tipo de questão, considero uma estratégia simples, mas que requer observação atenta do candidato ao tema de maneira mais geral. Na versão que apresentei durante a minha exposição, trouxe um modelo de questão que sempre adoto. Coloco o tema, digo que um professor numa aula versa sobre determinado assunto e, num dos tópicos trabalhados pelo hipotético educador, falta um dos itens das alternativas para preenchimento. Assim, o estudante observa o contexto, faz relações e depois, precisa completar a fala que está com uma interrogação. Como vou ceder a questão, acredito que você vá coloca-la com a ilustração que a acompanha, por isso, vou comentar a sua resposta, combinado?

A importância da Educação para o Desenvolvimento Humano e Social

Apesar de não ouvirmos com tanta frequência o termo desigualdade educacional, não é raro ouvirmos discussões sobre os problemas que envolvem a educação como um todo. Corriqueiramente, deparamo-nos com comentários sobre as deficiências de nosso sistema de ensino e dos problemas sociais resultantes dessa realidade.


Mesmo diante desse quadro, as melhorias de acesso ao ensino nas últimas décadas foram substanciais. Os dados do IBGE mostram que, enquanto em 1970 a taxa de analfabetismo no país chegava a 33,6% da população com 15 anos ou mais; em 2013, ela era de 8,8%. O progresso para a universalização do ensino, apesar de lento, é contínuo, e os investimentos voltados para a formação técnica da população são enormes, como demonstra o Plano Nacional da Educação (PNE), que prevê que, até 2020, 7% do PIB nacional esteja investido na educação.


Todavia, garantir apenas o acesso universal, que ainda não conseguimos alcançar, não é o bastante. A qualidade de ensino também deve ser levada em consideração. Embora a entidade do Estado tenha sua grande e merecida parcela de culpa no que tange ao problema de qualidade do ensino, existem estudiosos da área da Sociologia da educação que nos chamam atenção para uma perspectiva mais ampla do problema.


Fonte: Mundo Educação UOL (adaptado).


Questão 01 – Numa hipotética aula sobre Educação, Desenvolvimento Humano e Social, u professor apresentou quatro tópicos principais de sua exposição. De acordo com os seus conhecimentos sobre atualidades, educação e desenvolvimento, assinale a alternativa que compõe e completa o quadro acima:


a) se tornar integralmente um ser humano, depois da eficiente estruturação financeira e econômica, é o aspecto mais importante da aprendizagem.


b) as estratégias de avaliação adotadas por professores interessados em metodologias ativas de ensino e aprendizagem se tornaram mais um instrumento de segregação social do que propriamente uma ferramenta educacional.


c) as formas de avaliação do sistema educacional, que tornam a vida escolar do aluno um enorme curso probatório de capacidade de absorção de informações técnicas sem propor uma reflexão do porquê de tal exigência.


d) para funcionar efetivamente, é preciso uma visão burocrática dos processos escolares, tendo em vista dar conta do desenvolvimento humano da realidade social do sujeito.


e) a introdução de meios para uma educação mais flexível, focada em oferecer escolhas significativas aos alunos, tornou-se uma opção diante dos cenários multiculturais de nossa educação globalizada que precisa levar em consideração o “indivíduo” em detrimento do “outro”.


GABARITO: C


Aqui, a resposta correta é a alternativa C, pois as formas de avaliação do estudante, em muitos casos, focam no que mencionei em perguntas suas anteriores, sobre a capacidade da absorção de informações de uma perspectiva educadora bancária, sem levar em consideração a aplicação de tudo aprendido em sua pratica, algo que vai de encontro ao discurso da Educação, Desenvolvimento Humano e Social. Foca-se na burocracia dos conteúdos contemplados no plano de ensino, mas se esquece da transformação que deve ser o direcionamento das propostas em sala de aula. A alternativa A não pode ser verdadeira, pois mesmo que o esquema econômico seja importante, ele não deve vir anteriormente ao fator humano. A alternativa B é falsa porque ao contrário do que se diz, as metodologias ativas de ensino e aprendizagem contemplam habilidades e competências individuais, por isso, não segregam. A alternativa D não pode ser verdadeira, pois mesmo que a burocracia seja relevante para atendermos ao que está definido em projetos e planejamentos, não podemos deixar de contemplar a sala de aula como fenômeno social com perspectivas diversas. Ademais, a alternativa E é falsa por retratar a relação com o “outro” e o multiculturalismo como algo problemático, delineando o “individuo” de maneira deturpada do assunto.





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