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Foto do escritorLeonardo Campos

Comportamento Organizacional: Um Lindo Dia na Vizinhança

Empatia e gestão de gonflitos em 'Um Lindo Dia na Vizinhança': Podcast para reflexão + infográfico com dicas valiosas

Um Lindo Dia na Vizinhança
Foto: Reprodução

Fred Rogers foi um grande nome da cultura televisiva estadunidense. E o personagem motivador de Um Lindo Dia Na Vizinhança. Atuou com um programa infanto-juvenil entre 1961 e 2003 e marcou diversas gerações com uma atração que fazia as crianças refletirem sobre temáticas diversas, numa perspectiva que inclusive trazia tópicos mais complexos para demonstrar o quão necessário era o exercício da empatia para que todos crescessem como cidadãos mais preparados para assumir suas funções sociais e pessoais. Interpretado por Tom Hanks, este personagem entra na caminhada errante de um jornalista e o muda para sempre. Ao ser escalado para entrevistar a celebridade televisiva, o comunicólogo interpretado por Matthew Rhys se torna alvo da atenção do apresentador. Observador das coisas, Rogers penetra na vida do profissional e muda o jogo antes estabelecido, trazendo à tona traumas do passado e do presente do personagem que precisam de uma palavra-chave para encontrar ao menos o preâmbulo de uma resolução: a empatia. Ação que culmina em perdão, aceitação e reflexão.


Curioso como a cineasta Marielle Heller assume o roteiro da dupla formada por Noah Hapster e Micah Fitzerman-Blue de maneira a desenvolver o seu filme com grandioso potencial para a pieguice, mas consegue driblar todas as armadilhas possíveis e contornar os caminhos mais fáceis, entregando uma trama lacrimejante, mas sem exagerar nas doses. Tom Hanks, aqui aparentemente protagonista, assume uma posição de coadjuvante, mas também numa proposta acertada da realizadora, consegue manter destaque mesmo sem ocupar um posto central. Ele funciona, na verdade, como catalisador das questões apontadas no parágrafo de abertura. Ao adentrar na vida do jornalista, causa uma série de fenômenos que não apenas atingem o seu alvo, mas todos aqueles que gravitam em torno da existência do cínico, amargo e problemático entrevistador. E isso é possível graças ao exercício da empatia, elemento da trama que é utilizado nesta reflexão como ponte para pensarmos essa postura em ambientes organizacionais.

Tema tratado como fenômeno a ser investigado e interpretado, para depois ganhar aplicação, a empatia basicamente é a resposta emocional à dificuldade percebida de outra pessoa, algo que envolve a capacidade de corresponder às emoções de outra pessoa, ou ainda mais, olhar através do olho das pessoas e assim, enxergar pelo prisma delas, de uma maneira que seja viável compreender as suas emoções e por meio deste caminho, determinar as nossas próprias atitudes em relação ao outro. Essa proposta conceitual, hoje bastante popular e apregoada em redes sociais, status de WhatsApp, bem como em palestras, oficinas e debates mais formais, estão no elucidativo artigo A Empatia Como Instrumento de Gestão, assinado por Aline da Silva Coelho, publicado na revista Intervozes: Trabalho, Saúde e Cultura, em 2018. No texto, a autora também delineia que a empatia é um mecanismo que contribui para ampliar os nossos horizontes, tendo em vista trazer novos olhares sobre o mundo e sobre nós mesmos. Lido em paralelo com a narrativa ficcional em questão, o artigo é uma eficiente opção para reflexão sobre a temática.


Ademais, para fecharmos a linha reflexiva sem deixar de contemplar a estrutura da produção que nos serve aqui como material motivador, em seus aspectos estéticos, Um Lindo Dia Na Vizinhança é um filme com desenvolvimento que demonstra competência ao mesclar técnicas de animação com as imagens concebidas pela direção de fotografia de Jody Lee Lipes, assertiva ao ser sábia quando é preciso se aproximar ou se distanciar das esféricas figuras ficcionais da narrativa, ora contemplando expressões dramáticas face ao momento psicológico de cada um, ora nos ambientando pelos espaços por onde estes seres multidimensionais pavimentam as suas histórias. O cuidadoso design de produção assinado por Jade Healy, também faz um trabalho eficiente ao transformar os cenários, devidamente adornados por uma habilidosa direção de arte, em lugares de imersão para os personagens desenvolverem as suas emoções. Na trilha sonora de Nate Heller, tonalidades musicais densas se mesclam com passagens mais animadas para o exercício de transferência emocional proposto pela narrativa focada na empatia como estrutura básica para relacionamentos interpessoais mais humanizados.


Em linhas gerais, entretenimento reflexivo com certeiras lições sobre empatia.


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