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Além do que se ouve: Educação através de gestos

Atualizado: 17 de nov. de 2022

Desde 1996 o crescimento nas políticas de inclusão, incentivam educação de deficientes auditivos.

Foto reprodução: Marcelo Soares/Folha Imagem

Segundo estudo feito pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda em 2019, cerca de 7% dos surdos brasileiros têm ensino superior completo, 15% frequentaram a escola até o ensino médio, 46% até o fundamental, enquanto 32% não têm um grau de instrução.


A educação é um desafio e para pessoas com deficiência auditiva, é somente mais um obstáculo. E previamente passam por um processo de aprendizagem contínuo que depende da adaptação dos familiares às suas circunstâncias. Por outro lado, a escola é um ambiente para o primeiro passo de socialização com outras crianças de diferentes personalidades, meios sociais e até lugares. Através desse ponto de vista, a adaptação do surdo-mudo quando criança é uma luta devido ao fato de que nem sempre há uma pessoa disposta a oferecer orientação e atenção às pessoas que possuem essas necessidades.


Conforme o Artigo 22, capítulo IV, da Lei 10.098, existe a obrigatoriedade do acesso a educação para todos, sem exclusão. “As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação”. Reforçando as medidas deferidas no artigo: “devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva”.


O intérprete Ricardo Sander (à esq.), que auxilia aluno da Unicid (de costas)

Esses dados potencializam a desigualdade e indaga o preconceito estrutural para os deficientes auditivos e surdos. Ticiana Isabel, 26 anos, técnica em química e design de interiores, vivencia a realidade que algumas vezes possuem pessoas que contrariam as estatísticas. Ela salienta as principais barreiras na corrida ao diploma.


“Tinha acessibilidade, mas não a inclusão. Não nos comunicávamos tão bem em grupo de trabalho, tinha dificuldade de acompanhar, eu não precisava de intérprete, eu precisava que eles soubessem o mínimo da minha língua, assim como todos os surdos gostariam que soubessem”.


O cenário do Brasil é de uma estrutura inapropriada além de todas as faltas de recurso humano especializado, falta ainda uma metodologia que traga o aluno para a aula incentivado a aprender, sendo muitas vezes esses muros, os motivos que colaboram na falta de desenvolvimento do aluno, que fica cada vez mais sem assistência.

E em consequência dessa falta, o ensino superior perde bastante em acesso ao ensino, onde é notabilizado o efeito negativo por parte da falta de estrutura em que o acesso se torna mínimo a esse tipo de política pública.


Dona Cândida de 66 anos, mãe de Ticiane, conta como preparou sua filha para o futuro. “Ticiana sempre foi uma pessoa muito inteligente e comprometida com tudo que faz, quando ainda cursava o ensino fundamental no Colégio Crissol, colégio só para surdos, onde aprendeu libras (língua de sinais) já pensava em estudar no Instituto Federal de Educação e Ciência da Bahia (IFBA). Ela então fez a prova e foi aprovada, estudou muito e não parou de pensar em entrar em uma faculdade.

Sua mãe finaliza a fala dizendo: “ela ter um futuro promissor”.


Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), toda criança com necessidades especiais tem direito a estar incluída no ambiente escolar, sendo tratada com o respeito e igualdade necessária ao seu crescimento enquanto pequeno cidadão.


Dados do ano de 2020, mostram que segundo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), há 64 escolas bilíngues de surdos com 63.106 alunos surdos, surdo-cegos e com deficiência auditiva, ou seja, mostra uma situação onde não é proporcional a quantidade dos profissionais para a quantidade de alunos.


Tendo em vista essa situação, o ensino fica defasado, sendo diversas questões são causas que contribuem para esses problemas, como a falta de intérpretes, professores capacitados, a inserção de disciplinas na grade curricular tanto para surdos como os não-surdos. A necessidade de projetos de inclusão a língua de sinais em instituições brasileiras, é indispensável para vencer a ignorância, o combate à desigualdade e dever de todos.


Conforme em Lei, entramos em contato com o IFBA para apurarmos o processo de intérpretes de libras na instituição federal, mas até o atual momento não obtivemos retorno.

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